História do casal
Nossa im(previsível) história

Era uma vez dois jovens teimosos e indecisos que tinham uma coisa em comum: zero vontade de ir a uma recreação com amigos. Ele queria ficar em casa jogando ou fazendo absolutamente nada. Ela já tinha colocado o pijama e estava pronta para ver série comendo pipoca. Mas o acaso (e os amigos insistentes) tinham outros planos.

Naquela tarde, ele chegou meio emburrado, ela apareceu meio contrariada, e... bum! Olhares se cruzaram. Ele a viu e pensou: “Quem é essa criatura solar?” Ela o viu e pensou: “Ah, é o moço bonito que vi na semana passada… mas certeza que é comprometido.” E assim, os dois passaram o evento inteiro fingindo desinteresse enquanto se espionavam discretamente por trás dos copos de refrigerante.

Depois da recreação, começou o contato virtual. Trocaram follows nas redes sociais, ela puxou assunto com toda a coragem que a geração de memes permite — e ele… ignorou. Um vácuo de respeito. Mas a vida é uma comédia romântica quando a gente menos espera: dois meses depois, ele começou a interagir nas redes como se nada tivesse acontecido. Curtida aqui, comentário ali, até que numa sexta-feira, ele resolveu agir como se o mundo estivesse esperando por esse momento. Ele puxou assunto.

Enquanto isso, sem saber de nada, na cidade vizinha, a mãe dela e as amigas falavam justamente dele. Era como se o universo já estivesse ensaiando o roteiro da próxima novela. E aí veio o domingo: os amigos marcam um almoço inocente e convidam os dois. Plot twist: ninguém avisou que ambos estariam lá. Eles se encontraram, disfarçaram o susto e passaram o almoço se observando entre as garfadas.

Na segunda-feira, ele criou coragem e ligou: disse que estava interessado e perguntou o que ela achava disso tudo. Ela, com a elegância de quem já orava por aquilo, respondeu que também queria conhecê-lo melhor. E então, do nada, como quem esqueceu que vivemos no século XXI, ele apareceu naquela mesma semana na casa dela, e a pediu em namoro aos pais — como nos bons e velhos tempos.

A ideia era “só desenvolver a amizade”. Mas quem disse que dá pra segurar um amor que chega de mansinho e vai se acomodando no peito com tanto carinho? Em poucos meses, os dois já eram parceiros de tudo: sorrisos, planos, cafés da tarde, e uma conexão que nem dava pra disfarçar.

Com três meses de namoro, eles decidiram: era hora de noivar. Porque quando a gente encontra paz em outra pessoa, o próximo passo vira vontade. Em setembro, um ano após se conhecerem, dirão “sim” no altar, rodeados de amigos, família e aquela certeza bonita de que fizeram a escolha certa — mesmo que, no começo, nenhum dos dois quisesse ir àquela bendita festinha.

E assim começou uma história que quase não aconteceu… mas que, felizmente, não teve nada de “quase” depois disso.